Em 2025, pelo menos 49 prefeitos no estado do Ceará tiveram seus salários reajustados, sendo que dois deles passaram a receber valores superiores ao do governador. No entanto, o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), adotou uma postura diferente ao anunciar, em 15 de janeiro de 2025, uma redução de 20% em seu próprio salário, bem como nos vencimentos da vice-prefeita Gabriella Aguiar (PSD) e dos secretários municipais. Essa medida faz parte de um pacote de contenção de despesas que visa economizar R$ 500 milhões ao longo do ano.
Além da redução salarial, o pacote inclui a suspensão de contratos e serviços não essenciais, a diminuição de 30% nos gastos com servidores terceirizados e de 25% com pessoal contratado por cooperativas, além de cortes de 50% nas gratificações por Trabalho Relevante, Técnico ou Científico (TTR) e a reavaliação de contratos de locação de imóveis. A cidade enfrenta um déficit de R$ 2 bilhões, o que motivou a necessidade de ajustes imediatos, segundo o prefeito. Leitão afirmou que os cortes incidem sobre “gorduras acumuladas ao longo dos anos, que agora iremos eliminar”.
Em contraste, em dezembro de 2024, a Justiça atendeu a um pedido do Ministério Público do Estado do Ceará e suspendeu uma lei que autorizava o aumento dos subsídios do prefeito, vice-prefeito, secretários municipais e do procurador-geral do município de Quixeramobim, considerando que a aprovação do aumento violava a Lei de Responsabilidade Fiscal e princípios constitucionais.
Essas ações refletem diferentes abordagens dos gestores municipais em relação à remuneração e à gestão fiscal, com alguns optando por aumentos salariais e outros adotando medidas de austeridade para enfrentar desafios financeiros.
Por Ricardo Silva