Presa há 16 dias na Itália, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) compareceu nesta quarta-feira a uma audiência no Tribunal de Apelação de Roma que analisa se ela deve continuar presa ou ser liberada enquanto aguarda a decisão sobre a sua extradição. Logo que chegou à corte, Zambelli disse que estava se sentindo mal e precisou receber atendimento médico, segundo informou seu advogado, Fabio Pagnozzi. A audiência foi suspensa depois disso.
A parlamentar chegou a ser levada a um hospital. A sessão foi adiada e só deve ser retomada no dia 27 de agosto, segundo informações da embaixada do Brasil na Itália. Enquanto isso, a parlamentar deve continuar encarcerada na penitenciária de Rebibbia, que fica nos arredores de Roma e faz parte de um dos maiores complexos prisionais da Europa.
Conforme o advogado, Zambelli sofre uma série de problemas “físicos e psicológicos”, entre eles fibromialgia, que acarreta dores generalizadas pelo corpo, e depressão.
A lista de doenças será apresentada no tribunal como um dos argumentos para tentar convencer o juiz a colocá-la em liberdade ou converter a medida cautelar em uma prisão domiciliar.
— Trataremos sim a respeito das questões da saúde da deputada, tanto física quanto psicológica. Nosso objetivo é que ela possa aguardar a decisão de extradição em liberdade, mas existe também a possibilidade de domiciliar — afirmou Pagnozzi. — A deputada possui uma série de problemas, dentre eles está um tipo raro de fibromialgia e diversas disfunções psicológicas. Tudo isso será abordado na audiência — acrescentou ele.
A audiência está sendo conduzida pelo juiz italiano Algo Morgigni. Numa primeira sessão ocorrida em 1 de agosto, Zambelli se declarou vítima de perseguição política e manifestou o desejo de passar por um novo julgamento na Itália. Ela tem dupla cidadania.
Considerada como fugitiva pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por falsidade ideológica e invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) — o que motivou o pedido de extradição e a inclusão do nome dela na lista de difusão vermelha da Interpol.
Os argumentos contra e a favor de Zambelli serão analisados pelo Justiça italiana, mas a decisão final sobre a sua remoção ao Brasil cabe ao Ministério da Justiça da Itália, que pode negar a extradição por razões políticas. A embaixada brasileira prevê que o processo deve ser concluído até o fim deste ano.
Fonte: O Globo
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