Estão sendo cumpridos mandados de prisão preventiva, de busca e apreensão e outras medidas cautelares em 14 estados e no Distrito Federal
A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) realizam nesta quinta-feira uma nova fase da Operação Sem Desconto, que apura descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Estão sendo cumpridos 10 mandados de prisão preventiva e 63 de busca e apreensão e outras medidas em 14 estados e no Distrito Federal.
A PF informou que “estão sendo investigados os crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, além de atos de ocultação e dilapidação patrimonial”.
A última fase da operação havia sido deflagrada em outubro. Na ocasião, os agentes apreenderam carros de luxo, dinheiro em espécie e uma arma.
A primeira fase da operação foi deflagrada em abril de 2025, quando a PF e a CGU revelaram que sindicatos e associações de aposentados realizaram descontos indevidos e sem autorização nos contracheques de beneficiários, totalizando R$ 6,3 bilhões. Na ocasião, a cúpula do INSS foi afastada suspeita de envolvimento no esquema.
As entidades envolvidas afirmavam oferecer serviços como planos de saúde, academia e assistência jurídica, mas, segundo a CGU, não possuíam estrutura real para executar o que prometiam. Em muitos casos, os aposentados sequer tinham conhecimento de que haviam sido associados, descobrindo os descontos apenas ao consultar seus extratos de benefício.
Em setembro, a PF prendeu os empresários Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e Maurício Camisotti, apontados como principais operadores financeiros do esquema.
Na ocasião, as buscas também atingiram o advogado Nelson Willians, suspeito de intermediar transações com uma das associações investigadas. Agentes apreenderam armas, réplicas de carros de Fórmula 1, relógios suíços de luxo e obras de arte durante a operação de setembro.
O “Careca do INSS” é apontado como figura central da rede de corrupção que atuava infiltrada no sistema previdenciário. Segundo os investigadores, ele coordenava empresas que funcionavam como intermediárias financeiras entre as associações e servidores públicos. Parte dos recursos desviados era repassada a funcionários do INSS responsáveis por autorizar convênios e validar descontos nos benefícios.
Antunes, Willians e Camissotti negam todas as irregularidades. O caso levou à instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS (CPMI) no Congresso que investiga o impacto do esquema.
Foto: Divulgação/INSS
Fonte: O Globo
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